A digitalização da sociedade tem proporcionado benefícios para consumidores e desafios para empresas. Muitas indústrias ainda têm um longo caminho a percorrer para conquistarem a maturidade digital capaz de destacá-las no mercado e dar resultados invejáveis.
Para gerir um negócio de (e com) futuro não basta trazer todas as novas tecnologias e tendências digitais para perto e esperar que elas façam o resto.
Isso porque até mesmo setores super digitalizados ainda há disparidades com relação aos seus índices de maturidade digital. E ela inclui acompanhar o ritmo evolutivo do mercado, saber mudar processos e mentalidades em um negócio.
Não é uma jornada simples e fácil, mas também não é impossível . Da mesma forma que toda borboleta, para alcançar o seu esplendor, já esteve em um casulo e rastejou até conseguir voar, toda empresa tradicional um dia já deu esse passo e atravessou os desafios para chegar à maturidade digital.
Ou seja, a transformação digital é um caminho sem volta para empresas que desejam sobreviver às mudanças e encontrar a maturidade digital - e o timing dessa iniciativa tem impacto direto na competitividade de um negócio. Por isso, neste artigo, vamos aprender mais sobre:
Vamos lá?
Maturidade digital é um índice que mostra o quanto uma empresa é capaz de aumentar a eficácia nas suas operações e no nível de satisfação dos clientes a partir de investimentos em novas tecnologias e processos digitais ou automáticos.
Empresas digitalmente maduras têm a tecnologia tão atrelada aos processos que ela praticamente não se destaca, mas faz sobressair as equipes ou profissionais que conseguem melhor interpretar os insights e melhorar o trabalho diário a partir delas.
No entanto, como a maturidade digital é um índice dinâmico que oscila de acordo com tendências e tecnologias, faz sentido que ele seja mensurável para que as empresas consigam rever seus processos e evitem que a concorrência passa à frente.
Nesse sentido, é muito importante que a mentalidade digital contagie os colaboradores de uma empresa. Além disso, essa transformação precisa vir a partir dos líderes, que precisam estar engajados e abertos à inovação na hora de tomadas de decisões.
Empresas não podem correr atrás de objetivos fantasmas ou investir em recursos em uma área de retornos abstratos. E justamente para não cair nesse risco de apostar em algo incerto que uma empresa precisa buscar a maturidade digital. Os resultados vão muito além de retornos financeiros - mas esses também estão incluídos.
Existe uma relação direta entre retorno financeiro e sucesso da transformação digital. Nas empresas que atingiram todos os objetivos das transformações, o retorno médio financeiro foi o dobro, em comparação com as que não conseguiram alavancar essa mudança, segundo estudo do Boston Consulting Group (BCG).
Uma pesquisa recente da McKinsey também reforça que empresas líderes digitais apresentam melhor desempenho financeiro. No Brasil, a taxa de crescimento delas é 3x maior do que a de outras empresas e, globalmente, líderes digitais cresceram 5x mais.
Porém, o estudo também revelou que à medida que as empresas aumentam sua maturidade digital, amplia-se a distância entre a média e as demais empresas em níveis de maturidade digital diferentes. Isso significa que há uma curva de aceleração significativa de negócios que se digitalizam.
Assim, as empresas líderes apresentam maior consistência nas práticas de gestão digital e têm menor variabilidade na pontuação em cada área avaliada (vamos ver o que levar em consideração na hora de calcular a maturidade digital no próximo tópico). Ou seja, para as empresas que ficam para trás, fica cada vez mais difícil alcançar os líderes.
Os negócios líderes também são capazes de capturar a natureza complementar das áreas e práticas digitais - e demonstram que a mentalidade digital da liderança faz toda a diferença para lidar com novas tecnologias, disseminá-las entre os liderados de modo a melhorar os resultados da empresa, e monitorá-las para garantir o sucesso da implementação e o uso correto.
Por fim, o estudo também destaca que a jornada do cliente consegue ser mais priorizada, tendo suas necessidades e expectativas cumpridas (como, por exemplo, sugestão inteligente de itens de compra): 80% das empresas líderes conseguem proporcionar uma jornada excelente, em comparação a apenas 13% das demais empresas.
Não há nada em negócio bem estruturado que não seja mensurável - e a maturidade digital foge à regra.
Existem várias formas de calcular, mas uma das que utiliza mais variáveis e tem uma boa precisão é a Analytics & Digital Quotient (A&DQ) - que avalia 22 práticas de gestão críticas para o sucesso da transformação digital, distribuídas entre 4 dimensões. Por ser uma ferramenta global, A&DQ atribui uma pontuação única que permite fazer um benchmarking entre empresas pares e líderes.
No contexto da pesquisa, as empresas foram categorizadas em 4 grupos de acordo com seu grau de maturidade:
as empresas “Líderes” têm pontuação acima de 51; as “Ascendentes” com pontuação acima de 35, mas inferior à das líderes digitais; as “Emergentes” com pontuação acima de 25, mas inferior à das ascendentes; e as empresas
“Iniciantes” com pontuação abaixo de 25.
Considerando a nota geral da amostra de 124 empresas respondentes no Brasil, que é de 39 pontos, existe uma chance significativa de aproximar a maturidade digital das empresas em geral à das empresas líderes no país, cuja nota é de 66 pontos.
O que mais diferencia os negócios líderes das demais empresas avaliadas é a dimensão de Organização, que diz respeito a aspectos relacionados à estrutura ideal de uma empresa para viabilizar a transformação digital - o que inclui disponibilidade de talentos técnicos, outros que consigam ligar tecnologia e negócio, além de profissionais competentes em gestão e governança.
Para alcançar a transformação digital, as empresas precisam desenvolver vários ativos e capacidades, entre os principais estão:
A infraestrutura precisa equilibrar segurança e privacidade com flexibilidade e escalabilidade. A estratégia precisa ter objetivos definidos e claros para toda a empresa - assim será possível expandir o modelo de negócios.
Assim, será possível adotar tecnologias com desempenho alinhado ao objetivo de negócio, o que garante que mudanças e correções de "rota" sejam feitas de forma integrada sem ferir o ecossistema.
É fundamental reunir, tratar e monetizar dados de forma a gerar insights para produtos, serviços e operações. Essa iniciativa aumenta a eficiência, a receita e o engajamento dos clientes.
É importante também monitorar o uso e a aplicação das informações para que a transformação digital progrida.
Fortalecer programas de treinamento com foco nas competências digitais é um caminho para acelerar a transformação e acessar rapidamente conjuntos de habilidades, além de promover a flexibilização da força de trabalho.
Reunir organizações parceiras de pesquisa e desenvolvimento, CEOs, e parceiros comerciais externos pode garantir que uma empresa tenha acesso a tecnologias que antes não poderia custear.
Lideranças comprometidas inspiram liderados e movem uma empresa.
Para aproveitar os recursos humanos e tecnológicos, é preciso sempre recalibrar os processos - garantindo que os de maior valor sejam continuados e que novas necessidades recebam investimento.
A liderança deve identificar e estimular os talentos que se destacarem e adotar uma governança ágil para facilitar as mudanças de "rota" ao longo do processo.
O cliente precisa ser o principal beneficiado nessa mudança digital. E isso passa por uma melhor experiência - construída a partir de uma visão 360º e, portanto, unificada.
Toda a empresa deve entender a jornada do cliente e buscar formas de torná-la cada vez mais digital, e com interações humanas de qualidade.