A realidade aumentada(AR) é o processo de usar a tecnologia para sobrepor imagens, texto ou sons sobre o que uma pessoa já pode ver. Ela usa um smartphone ou tablet para alterar a imagem existente, por meio de aplicativos.
Um dos exemplos do sucesso que é a tecnologia é o game Pokémon Go. A tecnologia faz com que os monstrinhos pareçam existir no mundo real. O aplicativo foi baixado quase 11,5 milhões de vezes, mostrando o potencial da tecnologia para atingir o grande público.
A AR oferece a oportunidade de adicionar uma terceira dimensão às telas, dando vida a objetos ou cenas. Os museus perceberam que essa tecnologia poderia acrescentar artifícios para atrair clientes e estão oferecendo experiências no mundo virtual também.
Para muitos museus, trata-se de uma aposta para manter a relevância em uma era hiperconectada. “Os museus estão obviamente dando seu melhor para continuar relevantes, porque o mundo está cada vez mais fragmentado e competitivo no que oferece. Um objeto estático acaba precisando competir mais e mais por nossa atenção”, disse o historiador de arte e ex-diretor do Museu Whitney, de Nova York, à revista Wired. A AR pode ajudar a contextualizar a história misturando o antigo ao novo.
Aqui estão algumas maneiras interessantes pelos quais os museus estão usando a realidade aumentada.
Um aplicativo lançado pelo Masp serve como um guia a mais para as obras do museu. Ele expande a experiência de visitantes e torna o acervo acessível a pessoas cegas ou com mobilidade reduzida por meio da realidade aumentada, usando a tecnologia para acrescentar camadas de informação àquilo que está sendo visto, seja por meio de texto, áudio ou outros recursos.
Para usar, é preciso apontar o celular para determinada obra. A câmera reconhece a imagem e o aplicativo reproduz automaticamente o áudio correspondente. A iniciativa segue uma tendência apontada por muitos museus no Brasil e no mundo em anos recentes.
Quantas baleias e botos cabem no espelho d’água do museu? E por que um tiranossauro está rondando pelo Cubo da Matéria? Respostas para essas perguntas só podem ser encontradas no novo aplicativo Museu do Amanhã, que apresenta uma perspectiva original aos visitantes por meio de experiências de realidade aumentada espalhadas por toda a exposição.
Para o gerente de conteúdo do museu e responsável pelo projeto, Leonardo Menezes, o aplicativo é uma tentativa de unir em um só lugar as informações essenciais para a visita à cenas de realidade aumentada, que buscam dar ao visitante a sensação de estar imerso no conteúdo.
Além do uso para contextualizar obras do acervo, alguns museus têm comissionado instalações especialmente para que sejam experimentadas com o auxílio da realidade aumentada. É o caso da obra “Story of the Forest”, exibida pelo Museu Nacional de Singapura, que permite que os usuários explorem com o celular as imagens da Coleção William Farquhar de Desenhos de História Natural.
Pelo aplicativo, eles têm acesso a informações sobre o habitat de uma espécie e quão rara ela é, e podem brincar de coletar itens como plantas e animais. Eles podem apontar para o animal que aparecer e descobrir informações, criando sua própria enciclopédia com os animais que eles encontram. Assim, o público pode interagir e explorar as imagens de uma maneira nova e empolgante.
Em dezembro de 2017, a PAMM (The Pérez Art Museum Miami) trabalhou com a artista Felice Grodin. Juntos, eles criaram a primeira exposição de arte baseada em realidade aumentada, chamada ‘Invasive Species‘. Ele pretende ser uma experiência completa de RA, conjurando imagens em um espaço vazio.
A instalação envolveu uma série de imagens e espécies digitais. Isso inclui modelos 3D assustadores que evocam bichos assustadores, água-viva ou sinais enigmáticos. Ele transporta os visitantes para uma versão futura do edifício, adquirida por espécies invasoras.
Há também aplicativos que pretendem usar a tecnologia para “devolver” aos frequentadores de uma instituição obras de arte que tenham sido roubadas, colocando-as virtualmente no lugar que costumavam ocupar, premissa do projeto americano Hacking the heist para restituir obras de um museu de Boston.
Apesar de inaugurar uma nova fronteira para os museus, a realidade aumentada traz também algumas preocupações. Uma delas é que seu uso isole cada visitante em seu próprio celular, em vez de permitir que a pessoa se abra para apreciar a obra em questão ou a interação com outros visitantes. Os curadores dos museus também precisam ter cuidado para que as instalações de RA não tenham impacto no trabalho de outros artistas.
A realidade virtual oferece imersão total em uma realidade diferente. No entanto, a realidade aumentada mostra a realidade e uma versão alterada lado a lado. VR substitui o que o usuário vê por uma realidade alternativa. AR adiciona ao que o usuário já pode ver. Isso significa que pode ser útil para anotar cenas e fornecer informações extras. Também é usado para contextualizar as cenas e destacar contrastes com a realidade atual. A realidade virtual requer tecnologia especializada, como fones de ouvido, controladores e sensores. As experiências de AR precisam apenas de um smartphone ou tablet e podem ser baixadas como aplicativos.