No relatório anual de 2012, a Gartner previu que, a partir de 2017, o diretor de marketing de uma empresa gastaria mais em tecnologia do que o próprio diretor de informações. Os orçamentos de marketing digital estão se expandindo anualmente, e os CEOs dizem que o marketing digital é agora o mais importante investimento em tecnologia que suas empresas podem fazer. A criação de um cargo híbrido – o chief marketing technologist – era cada vez mais necessária.
A Gartner descobriu que 67% dos departamentos de marketing planejam aumentar seus gastos em atividades relacionadas à tecnologia nos próximos anos. Além disso, 61% estão aumentando as despesas em tecnologia e 65% estão aumentando os orçamentos para provedores de serviços que têm ofertas relacionadas à tecnologia.
É possível ver uma transformação à nossa volta. Inteligência artificial, automação, bots, dados inteligentes, machine learning e muito mais estão mudando os comportamentos de liderança entre as funções de uma empresa. O marketing e a tecnologia estão na vanguarda dessa transformação. À medida que a tecnologia e o marketing convergem, torna-se evidente que uma função híbrida deve atuar como ponte entre os departamentos de marketing e TI.
A idéia de um Chief Marketing Technologist, ou CMT, atende à necessidade de alguém que entenda as necessidades de marketing e também dos recursos e limitações da TI. Além disso, ficar de olho sobre novas possibilidades de tecnologia, como tendências de mídia social ou recursos de aplicativos.
Segundo o relatório da Gartner:
“Como o marketing entende melhor o fluxo de trabalho e as necessidades da equipe de marketing, ele é capaz de avaliar até que ponto as tecnologias individuais podem superar as ineficiências e permitir melhorias no processo. Como a TI entende melhor as estruturas e interdependências existentes da tecnologia, elas são capazes de reconhecer e superar a integração, a escala e outros desafios operacionais e de implementação.”
Desse modo, um CMT precisa entender os objetivos de uma iniciativa de marketing, bem como os recursos e o orçamento do departamento de TI. O CMT deve ser o defensor de novas iniciativas, levando a equipe de marketing a dar passos ousados enquanto trabalha com a equipe de TI para construir a base.
Ademais, quando as coisas acontecem no mundo do marketing, seja uma atualização do CRM ou um novo aplicativo, o CMT deve ter um histórico técnico forte o suficiente para entender o que está funcionando e o que não está. Ao contrário de CMOs (Chief Marketing Officer), que são mais focados no lado criativo de marketing.
Sendo assim, o Chief Marketing Technologist não é apenas uma posição a mais nos times de marketing, é simplesmente uma necessidade.
Nesse novo estado colaborativo de marketing e TI, quais são os impedimentos para alcançar o sucesso comercial do chamado “martech” que ainda precisam ser superados? Esta foi a outra descoberta no relatório da Gartner.
O pouco investimento em recrutamento, treinamento e aperfeiçoamento de talentos existentes em martech, a baixa integração entre soluções de tecnologia de marketing nas empresas e a falta de construção de casos de uso claro para a tecnologia de marketing desaceleram a área e devem ser trabalhados para a integração ocorrer de fato.
Os canais e as possibilidades de anúncios on-line evoluíram drasticamente com o surgimento de smartphones e mídias sociais. Nesse contexto, Google Analytics, Automação, Engajamento digital, Gerenciamento de conteúdo são algumas áreas em que a tecnologia faz parte do cotidiano do marketing.
Quase todas as plataformas dessas áreas têm uma interface técnica para gerenciamento e análise, que requer treinamento mesmo para pessoas com conhecimentos de informática. Ao mesmo tempo, os dados e as ferramentas resultantes ficam fora do campo tradicional de preocupações de TI (disponibilidade do site, tempo de atividade do email, rede interna e segurança), tendo a necessidade de conhecimentos de marketing.