Entenda como a ciência de dados pode ser aliada no crescimento e aprimoramento de médias e grandes empresas em diversas áreas, tanto em processos internos quanto no relacionamento com o cliente
O Big Data é um dos grandes assuntos da atualidade e você já deve ter se perguntado se toda empresa precisa investir em ciência de dados. A resposta é ampla: nem toda empresa deve investir em estrutura de dados, mas todo e qualquer negócio pode ter seu crescimento potencializado tendo uma cultura Data Driven. Para isso, antes de tomar a decisão, é preciso ter certeza sobre qual problema a sua empresa busca resolver através de uma inteligência de dados.
Este foi o assunto abordado no webinar online e gratuito veiculado no LinkedIn “Além dos dados: como prever tendências e oportunidades” (assista aqui), promovido pela Zoox Smart Data em parceria com o MIT Technology Review. O evento foi mediado por Rafael Coimbra, editor-executivo do MIT Technology Review, e contou com com a participação de Rafael de Albuquerque, CEO da Zoox, Mirian Priosti (diretora de dados da Elo), Paula Baeta (CEO da Analysis) e André Miguel (CDO da Zoox).
Para o CEO da Zoox, Rafael de Albuquerque, é preciso desmistificar a ideia de que toda empresa precisa ser uma empresa de dados.“Antes de investir em ciência de dados, a empresa deve cumprir o seu core business. Os dados são aliados da empresa para isso, à medida que servem para interpretar o comportamento do seu consumidor e torná-lo único na sua experiência. Quanto mais eu conhecer a pessoa, mais eu posso criar uma experiência personalizada para ela”. Contudo, toda empresa precisa saber armazenar seus dados para, posteriormente, definir o que será feito com eles.
Para entender de forma prática, imagine que você é gerente de uma das maiores redes de hotéis do país e manifesta interesse em Big Data Analytics, ao mesmo tempo em que seus hóspedes relatam alguns problemas básicos na sua hospedagem, como ausência de água quente ou de tomadas ao lado da cama. Antes de avançar em ciência de dados, sua prioridade deve ser garantir que todos os hóspedes se sintam 100% confortáveis no seu estabelecimento - e este problema nenhum dado é capaz de resolver.
“Não é sobre o dado, é sobre como construir a jornada e os benefícios para o cliente. É sobre tornar experiências positivas tanto para o cliente quanto para o negócio”, afirma André Miguel, CDO da Zoox.
Depois de identificar a principal dor que sua empresa busca solucionar, é preciso pensar em uma estrutura de dados que faça sentido para o seu negócio. Lembre-se: um dado sozinho não significa nada. Então, como agregar valor ao Big Data? A resposta é investir em tecnologia. Sua atuação se dá em três pilares principais.
O primeiro deles é garantir a qualidade dos dados extraídos e permitir respostas assertivas e imediatas, tanto para o cliente final quanto para a própria empresa. “Hoje, com todo o aparato técnico de soluções, é possível automatizar a validação do dado e, ao mesmo tempo, dar algum tipo de resposta para o consumidor já em tempo real”, afirma Paula Baeta, analysis da SAS.
Em segundo lugar, aparece a governança de dados. Mapear e ter controle sobre o fluxo dos dados, desde a captura até sua entrega final, é a única forma de garantir que a ciência de dados dê respostas assertivas sobre a dor que você busca resolver.
O terceiro pilar é a aceleração do conhecimento. Técnicas como a de Machine Learning são aliadas para acelerar e potencializar a interpretação correta dos milhares de dados capturados ao mesmo tempo.
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Um dos maiores benefícios em investir em Big Data Analytics e aliar a captura de dados com a melhor tecnologia possível para interpretá-los é a possibilidade de hiperpersonalizar o seu negócio, proporcionando experiências diferentes a cada cliente.
Tenha em mente que a tecnologia não substitui o conhecimento humano, mas é ela que viabiliza a análise e aplicação correta deste fluxo imensurável de informações. “As empresas têm de parar de ver as tecnologias como inimigas. Elas são, na verdade, um catalisador para tudo andar mais rápido”, comenta André Miguel, CDO da Zoox
E falando em conhecimento humano, é papel dos gestores garantir a integração das mais diversas áreas da empresa tanto entre si quanto com o cliente final na hora de transformar a inteligência de dados em inteligência de negócio. Incentive a aproximação da sua equipe de dados com a operação e outros setores onde estas informações são aplicadas de forma prática.
Além disso, é importante ressaltar que, na maioria das vezes, nenhum dado de uma única empresa faz nada sozinho. Para que a ciência de dados seja eficaz, é preciso que eles sejam absorvidos dentro do seu negócio e se combinem com dados externos para, aí sim, promover a hiperpersonalização do momento de vida de cada cliente. Quanto mais a empresa usar essas informações para conhecer as pessoas, melhor vai ser a experiência que ela poderá oferecer para o seu público, através da interpretação dos dados.
“A gente tem uma visão muito multidisciplinar hoje. A gente olha os dados, mas também olhamos para design e experiência. Essa é a melhor experiência para os nossos consumidores? É uma visão complementar entre as disciplinas que temos para poder construir a melhor jornada”, pondera Mirian Priosti, diretora de dados da Elo, que mapeia cerca de sete milhões de transações por mês com seus cartões.
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