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Labubu e Bobbie Goods: o que dados comportamentais revelam sobre nichos altamente engajados?

Data Science & Analytics
Anna MaiaAnna Maia - 2 de Julho de 2025.

O mundo digital está vivendo uma era em que nichos hiperengajados movimentam comunidades inteiras, criam filas virtuais para lançamentos e tornam marcas e produtos virais da noite para o dia. Bobbie Goods e personagens como Labubu não são apenas tendências passageiras, são reflexos profundos do comportamento de uma nova geração de consumidores. 

Mas o que dados comportamentais podem nos dizer sobre esse fenômeno? E como marcas surfam essa onda de atenção altamente segmentada?

O que são nichos hiper engajados?

Diferente de um público-alvo amplo, os nichos hiperengajados são comunidades com interesses muito específicos, que acompanham cada movimento de suas marcas favoritas, consomem em alta frequência e atuam como verdadeiros embaixadores espontâneos. 

Eles surgem de causas, estéticas, valores ou personagens que despertam identificação profunda e que viralizam em plataformas como TikTok, Instagram e YouTube.

Caso 1: Bobbie Goods e a estética cozy que virou cultura

estética cozy

A marca Bobbie Goods, criada por uma artista indie nos EUA, conquistou uma legião de fãs com sua estética fofa, nostálgica e acolhedora (cozy). Com ilustrações de cachorros, cookies, xícaras de chá e um universo retrô com tons pastéis, Bobbie goods não se trata apenas de um livro para colorir, mas uma sensação de conforto visual e emocional.

O que os dados comportamentais revelam:

Ícone TiktokPicos de engajamento no TikTok e Instagram acompanhando o lançamento de coleções limitadas.
A estratégia gera expectativa e impulsiona o alcance orgânico, especialmente entre usuários que compartilham rapidamente novidades com sua rede.

Ícone Geração ZAlta taxa de recompra entre consumidores da Geração Z.
Esse comportamento indica não apenas fidelidade à marca, mas também a força do apelo estético e funcional dos produtos.

icone crescimento-4Além dos livros, itens complementares como canetinhas em diferentes cores e tons se tornaram tendência nas redes sociais.
A estética personalizada ganhou espaço, reforçando o desejo por composições visuais únicas.

icone Cientistas de dadosClusters de audiência emocionalmente engajados, marcando amigos, compartilhando produtos e utilizando hashtags como #cozyaesthetic.
Esse comportamento evidencia um consumo guiado por identidade, pertencimento e senso de comunidade.

Bobbie Goods mostra que marcas que constroem uma narrativa visual autêntica podem transformar um hobby em um negócio multimilionário, desde que conectem com o imaginário emocional do seu nicho.

Caso 2: Labubu e o colecionismo pop-asiático

Labubu

O personagem Labubu, da série The Monsters, criada por Kasing Lung, tornou-se um fenômeno global após colaborações com a Pop Mart, gigante chinesa de colecionáveis. Misturando o bizarro com o adorável, o famoso estilo cute + creepy, o boneco conquistou uma base de fãs apaixonada, especialmente entre millennials e entusiastas da cultura pop asiática. Hoje, ele aparece pendurado em bolsas, mochilas e até em estações de trabalho, como um símbolo de pertencimento a essa estética contemporânea.

Mas Labubu vai além do visual. Seu sucesso é resultado de uma combinação poderosa: design excêntrico, escassez programada e o apelo emocional do colecionismo. Lançado em blind boxes com tiragens limitadas, o personagem dispara o FOMO (Fear of missing out), impulsionando compras por impulso e uma cadeia de revenda fervorosa nas redes sociais, com destaque para perfis no Instagram e grupos de Telegram dedicados a trocas, vendas e lançamentos.

Em maio de 2025, a febre chegou ao ponto de causar a suspensão das vendas presenciais no Reino Unido, após registros de tumultos, filas imensas e até brigas em lojas da Pop Mart. O caso chamou atenção da mídia global e reforçou o status de culto em torno do personagem.

Insights de dados comportamentais:

  • Altíssimo volume de buscas no Google e Shopee por termos como “Labubu original”, “Labubu edição limitada”;

  • Comunidades dedicadas em fóruns, Telegrams e perfis de revenda no Instagram;

  • Escassez como estratégia: lançamentos com tiragens limitadas aumentam o FOMO e disparam compras por impulso.

A febre de Labubu mostra que o valor simbólico pode superar o valor utilitário. Produtos que despertam o desejo de pertencimento, e escassez, movem microeconomias digitais.

O que essas tendências ensinam para marcas e estrategistas?

icone marketing1. Dados comportamentais são o mapa do engajamento real.
Métricas como tempo de retenção, termos de busca, uso de hashtags e interações espontâneas são mais valiosas do que curtidas ou seguidores.

icone segmentação-12. Não subestime os nichos: eles movem cultura e consumo.
O que começa como uma “microtrend” pode se transformar em macro movimento de mercado se a comunidade for suficientemente engajada.

Ícone storytelling3. Estética e storytelling importam mais do que nunca.
As marcas vencedoras constroem universos visuais e narrativas que provocam desejo, identificação e pertencimento.

icone compra4. Escassez e colecionismo aumentam o valor percebido.
Estratégias como collabs limitadas, drops e produtos exclusivos ativam o senso de urgência e aumentam o LTV dos clientes.

Conclusão: o poder invisível dos dados emocionais

Entender o comportamento digital dos consumidores vai além de saber o que eles clicam ou compram. Trata-se de decodificar os sinais culturais, emocionais e estéticos que orientam suas decisões. Marcas como Labubu e Bobbie Goods já entenderam isso e transformaram nichos em legiões apaixonadas.

Se sua marca ainda tenta falar com “todo mundo”, talvez esteja na hora de ouvir os dados e escolher um nicho para chamar de seu.

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