As cidades nunca estiveram tão populosas. São 442 metrópoles que bateram a casa do milhão. Mais de metade da população mundial já vive em centros urbanos e, segundo estimativas da ONU, até 2030, esse percentual deve subir para 70%.
Com tanta gente aglomerada, surgem problemas — de trânsito, poluição, falta de moradia, acesso à saúde, mas também inovações para a solução desses problemas. Smart City é o conglomerado de soluções tecnológicas inovadoras para otimizar a vida nas cidades.
À medida que o mundo se torna mais interconectado, uma nova onda de aplicativos inteligentes está mudando a forma como abordamos as atividades cotidianas – seja de almoçar até a viagem de volta do trabalho. As cidades inteligentes reúnem infraestrutura e tecnologia para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e melhorar suas interações com o meio urbano.
Anthony Townsend, diretor de pesquisa do Instituto para o Futuro, em Palo Alto, Vale do Silício, afirma:
“Soluções tecnológicas para cidades estão sendo criadas em todos os cantos do mundo, desde por pequenas empresas e indivíduos a multinacionais e governos”
Cidades inteligentes são projetos nos quais um espaço urbano é palco de experiências de uso intensivo de tecnologias (Internet das Coisas) e de gestão urbana orientada por dados (data driven). Em linhas gerais, uma Smart City é uma cidade cuja visão de desenvolvimento urbano esteja conectada ao desenvolvimento de tecnologias da informação.
“Uma Cidade Inteligente é aquela que coloca as pessoas no centro do desenvolvimento, incorpora tecnologias da informação e comunicação na gestão urbana e utiliza esses elementos como ferramentas que estimulam a formação de um governo eficiente, que engloba o planejamento colaborativo e a participação cidadã.”
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)
As Smart Cities se definem a partir de três áreas principais: Internet das Coisas (objetos com capacidades infocomunicacionais avançadas), Big Data (processamento e análise de grandes quantidades de informação) e gestão e planejamento com base em ações pautadas por algoritmos aplicados à vida urbana. Confira algumas dessas aplicações na prática:
Iluminação que liga ou desliga com base na presença de veículos e pessoas e sinais de trânsito que exibem orientações e ajudas quando necessário. O projeto Array of Things, da cidade de Chicago, possibilita a redução de congestionamento durante as horas de pico de tráfego através de dados fornecidos em tempo real por meio de táxis com GPS integrados ao transporte público.
Redes WiFi disponíveis em toda cidade captam dados. Sistemas de estacionamento que otimizam o fluxo do trânsito. Sistemas de detecção de vazamentos e sprinklers inteligentes para conservar e gerenciar a água. A cidade de Barcelona adotou tecnologias inteligentes implementando uma rede de fibra óptica em toda a cidade, oferecendo acesso Wi-Fi gratuito de alta velocidade que suporta a IoT, integrando sistemas de água inteligente, iluminação e gerenciamento de estacionamento.
As prefeituras estão agora correndo para usar tecnologias inteligentes para prever e gerenciar incêndios, otimizar práticas de polícia, assistência médica, água, saneamento e outros serviços públicos durante e após desastres.
Nos Estados Unidos, grandes cidades como Boston e Baltimore implantaram latas de lixo inteligentes que transmitem o quanto estão cheias e determinam a rota de retirada mais eficiente para os trabalhadores do saneamento.
Na cidade de Armação de Búzios, o governo implantou lâmpadas de LED controladas remotamente, além de placas de energia solar nas casas. A expectativa é que haja uma redução no consumo de energia de até 80%.
Hoje, dificilmente achamos alguma pessoa que não use algum app de delivery de comida ou para locomoção pela cidade. Esses aplicativos permitem à cidade um maior capital de consumo, visto a facilidade de obter o que se quer, seja refeição, compras ou transporte.
A Amazon.com Inc. abriu uma loja de conveniência sem caixa chamada Amazon Go, em Nova Iorque, seu maior esforço até agora para mudar a forma como as pessoas fazem compras físicas, através dos carrinhos de compra inteligentes.Entretanto, mesmo nas cidades mais desenvolvidas, há o problema da desigualdade social. Isso reflete o fato de que muitas cidades que têm altos níveis econômicos, ao mesmo tempo, são as mais desiguais, o que pode levar a problemas em diferentes segmentos da sociedade. Portanto, um dos maiores desafios das Smart Cities é transformar-se em centros urbanos simultaneamente prósperos, equitativos e inclusivos.
Apesar de ser um conceito relativamente recente, Smart City já se consolidou como assunto fundamental na discussão global sobre o desenvolvimento sustentável e movimenta um mercado global de soluções tecnológicas, que é estimado a chegar em US$ 408 bilhões até 2020.
Veja um ranking das Smart Cities mais bem colocadas segundo a Forbes (2018):
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