Fintechs que chamaram a atenção em 2019
O mercado de fintechs vem crescendo ano a ano e o Brasil tem se tornado um dos protagonistas na América Latina em tecnologia financeira. O país já possui mais de 500 fintechs, sendo que aproximadamente 150 delas foram fundadas no ano passado. Estima-se um crescimento anual de 22,7% para os próximos cinco anos, com movimentação de U$$ 305,7 bilhões, segundo dados da ResearchAndMarkets.
Fonte: Conexão Fintech
O mercado volta os olhos para as Fintechs
Fernanda Doria, customer solutions manager do Google, desvendou um pouco do atual sistema financeiro brasileiro e a visão dos consumidores sobre tudo isso.
“O mercado financeiro está em ebulição, em disrupção”, disse. Ela explica que, atualmente, a regulamentação exagerada dos bancos é o principal impulsionador do cenário.
“De 2015 para agora tivemos um aumento de 10 vezes no número de fintechs, migramos de 54 para mais de 500”. A customer manager revela que os investimentos no setor cresceram 83% só em 2019.
Ela ainda revela que questões como idade e questão geográfica afetam todo o cenário. A Google divulgou uma pesquisa sobre adoção de fintechs pelo público consumidor. Ao todo, 500 pessoas foram entrevistadas pelo Google Survey no Brasil todo.
Segundo as informações, 16,5% dos brasileiros disseram que usariam serviços de fintechs, enquanto 40% afirmaram não ter certeza. Os jovens são os mais propensos a adotar as startups. Os entrevistados entre 18 e 24 anos correspondem a 25% do público que afirma que usaria os serviços.
Um dos fatores que motiva a transição para as startups é a indicação de amigos (32,7%), seguido por sites especializados (31%), pesquisa no próprio Google (28%), videos (19%), influenciadores (18%) e redes sociais (15%).
As fintechs mais inovadoras de 2019
O investimento global em tecnologia financeira chegou a US$ 55 bilhões em todo o mundo, o dobro de 2018, segundo a Accenture. Grandes fintechs estão em expansão – 19 das 50 empresas incluídas na lista Fintech 50 de 2019 da FORBES estão avaliadas em US$ 1 bilhão ou mais. Saiba um pouco das fintechs que receberam mais financiamentos em 2019:
Opendoor
Empresa do ramo imobiliário, foi fundada em 2014 e opera comprando casas diretamente de proprietários e vendendo-as em seu próprio mercado. Segundo o TechCrunch, a Opendoor é avaliada em US$ 3,8 bilhões em 2019.
Categoria: Imóveis
Financiamento: US$ 1 bilhão
Localização: São Francisco, Califórnia
Credit Karma
Empresa multinacional americana de finanças pessoais, fundada em 8 de março de 2007. É mais conhecida como plataforma gratuita de gerenciamento financeiro e de crédito.
Categoria: Finanças pessoais
Financiamento: US$ 869 milhões
Localização: São Francisco, Califórnia
Nubank
A principal fintech brasileira dispensa apresentações: o Nubank levantou US$ 400 milhões em sua sétima captação e atingiu um valor de mercado de mais de U$ 10 bilhões. Liderando a nova rodada está a TCV, um dos primeiros investidores da Netflix e do Spotify, em seu primeiro grande investimento na América Latina.
Inteligência Artificial e Fintechs
A dificuldade de oferta de crédito barato no mercado brasileiro e de consórcios sem complicação impulsionou Marcio Kogut a criar o Mycon, a fintech de consórcios que funciona sem vendedores humanos e com taxa menor do que é praticado no mercado.
O assistente virtual Mycon, guiado por inteligência artificial, foi programado para abordar os clientes de forma consultiva, “jamais vendendo o produto com falsas promessas”, ressalta Kogut, CEO da empresa.
Fintechs dos Brics iniciam aliança global
Associações de plataformas digitais de serviços financeiros do Brics iniciaram um movimento de aproximação. Segundo a ABFintechs (Associação Brasileira de Fintechs), as associações do setor nesses países assinaram, na Índia, um acordo para uma futura aliança. O pacto foi firmado durante uma conferência em Mumbai.
“As fintechs brasileiras poderão avançar mais rápido se souberem como os outros países estão lidando com as deles”, disse em nota Ingrid Barth, diretora da ABFintechs.
Lei promete facilitar a vida das fintechs e, claro, a sua
Na semana passada, o ministério da Economia autorizou o pagamento de todos os impostos e taxas federais por meio das fintechs. Isso aumenta concorrência, reduz custos para o cliente final e dá opções mais facilitadas e cômodas de pagamento.
Segundo dados dos balanços mais recentes das instituições bancárias, as cobranças de boletos federais e de consumo proporcionaram aos cinco maiores bancos do país receita de quase R$ 9 bilhões apenas de janeiro a setembro de 2019, causando uma concentração absurda de capital.
Segundo o sócio da Taki Pagamentos Diego Cuoco, o padrão hoje para quem tem um tributo ou conta de consumo para pagar é quitar a pendência à vista, como poucas opções de parcelamento oferecidas pelos bancos concessionados, especialmente quando se trata de contas em atraso.
A fintech, que começou a operar em 2018, lançou a solução que conecta a plataforma dela aos sistemas de pagamento de vários governos e, dessa forma, passou a oferecer aos consumidores a possibilidade de parcelar pagamentos, como o do IPVA ou de impostos e contas de consumo atrasados.
Livros para se aprofundar no tema:
- A Revolução Fintech – Susanne Chishti e Barberis Janos
- Digital Bank: Strategies to Launch or Become a Digital Bank – Chris Skinner
- Bank 3.0: Why Banking Is No Longer Somewhere You Go But Something You Do – Brett King
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