Internet das Coisas na China: o país em que a revolução já aconteceu
Segundo um relatório divulgado pelo Ministério da Indústria e Informatização da China, houve um aumento de 73% na receita do setor tecnológico do país em 2018, comparado ao ano anterior. As três maiores operadoras de serviços de telecomunicações do país – China Telecom, China Mobile e China Unicom – registraram um aumento de 400 milhões em usuários de Internet das Coisas, fazendo com que o total chegasse a 671 milhões de usuários.
Esse crescimento foi possível devido ao suporte do governo no desenvolvimento da tecnologia como parte dos “12 Planos de Desenvolvimento em Cinco Anos”. A GSMA Intelligence, consultoria de dados e análises de operadoras de telefonia móvel, montou um relatório baseado em entrevistas com operadoras de telefonia móvel que descrevem como a convergência entre a velocidade de conexões de Internet, a análise de dados, inteligência artificial e Internet das Coisas está transformando todos os setores no país. Esse relatório prevê que haverá 13,8 bilhões de conexões da IoT em todo o mundo até 2025, sendo a China responsável por aproximadamente 4,1 bilhões dessas conexões. Ou seja: o país mais conectado do mundo.
Alex Sinclair, Diretor de Tecnologia da GSMA, afirma:
“A conectividade está impulsionando as principais indústrias como a logística, fabril e energética em termos de aumento de eficiência, criando também um novo mercado de consumidores nas áreas como veículos conectados, utensílios domésticos e portáteis, colocando a China na vanguarda da implantação da IoT.”
Internet das Coisas integrada à Big Data
Com a combinação de Internet das Coisas, computação na nuvem, Big Data, machine learning e inteligência artificial, as cidades ganham dinamismo a todo instante. O universo de dispositivos IoT inclui sistemas eletrônicos, como câmeras de vídeo, smartphones, relógios inteligentes e sistemas de controle industrial usados em redes elétricas.
Bilhões de dispositivos eletrônicos são fabricados na China todo ano, que vão desde dispositivos biomédicos para monitorar pacientes, até carros autônomos. O país também está se preparando para usar a IoT para coleta de informações e reconhecimento de rede. Sobre a implantação de IoT na China, Alex continua:
“Os mais altos escalões do regime chinês consideram o desenvolvimento e a implantação de IoT como questões críticas da competitividade econômica e da segurança nacional da China.”
Internet das Coisas no setor automobilístico
A previsão mundial sobre dispositivos no setor automobilístico é de que o número de dispositivos conectados, como plataformas veiculares, prestando serviços dentro do setor, irá aumentar de 16 bilhões em 2015 para 67.8 bilhões em 2020 e para 130 bilhões em 2024, tornando a China o maior mercado de carros conectados depois da Rússia. O “carro conectado” transforma o veículo em um concentrador de conexões para todo um ecossistema de serviços relacionados que oferecem aos consumidores uma série de benefícios, incluindo o aumento da proteção e da segurança e uma experiência de usuário mais rica.
Internet das Coisas na indústria fabril
A IoT favoreceo aumento da produtividade nas indústrias ao combinar inteligência artificial, computação em nuvem e análises avançadas para automatizar processos de fabricação através da conectividade. Isso permitirá que as fábricas monitorem e interpretem dados de linhas de produção e maquinário complexo em tempo real para antecipar falhas, gerenciar infraestrutura e reduzir os riscos.
Os dados capturados irão estimular eficiências, otimizar a produtividade e reduzir os custos em muitos setores econômicos importantes além da fabricação, tais como energia e telecomunicações. A China também está avançando na área de IA, que, com o aprendizado automático, irá ajudar fábricas e empresas a gerenciar processos complexos e impulsionar processos de inovação.
Case Real: Unicorn Terminus e o papel das Startups
Em um elegante edifício de escritórios no leste de Pequim, a startup chinesa Unicorn Terminus, ocupa um andar inteiro com design e arquitetura modernos. Os visitantes da sede da empresa diziam que foram transportados para uma dimensão diferente, um tanto futurista.
O que a empresa faz é igualmente futurista. Eles combinam inteligência artificial com a Internet das Coisas (IoT) para tornar os edifícios, comunidades e cidades mais inteligentes. Por exemplo, a Terminus ajudou a proteger um complexo residencial em Xangai com terminais de acesso e sistemas inteligentes que permitem que o gerenciamento de edifícios veja os movimentos de residentes, visitantes e veículos em tempo real. Terminus disse que o sistema levou a uma diminuição significativa em crimes como roubos e furtos.
Considerando-se uma empresa AIoT, uma jogada com o termo Internet of Things, substituindo “Internet” por “Artificial Intelligence (AI)”, a Terminus ajuda os governos locais a melhorarem a segurança pública usando soluções baseadas em AI.
O futuro da indústria de IoT depende de especialistas que trabalham juntos em direção a objetivos comuns. Para se destacar no cenário global, é tempo de se envolver com parceiros chineses e aprender com suas inovações.
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